PATRIMONIO E TEORIA DO CAOS

Até o advento da Teoria do Caos,

 

que foi possibilitada pelos super-computadores, podíamos pensar o corpo humano e qualquer coisa no universo como composta de partes com lógicas iguais especificas e desconexas. Elas poderiam separadamente ser uma amostra, um espelho do todo, do holos, mas eram partes, coisas.

Com a Teoria do Caos entendemos que um fígado não é um coração e todos são dimensões especificas e inter-dependentes. O universo tem não apenas uma lógica, uma única verdade para todas as "partes", ele tem lógicas interativas em cada dimensão que são a verdade ou realidade daquela dimensão que antes entendíamos como pare isolada. Um coração é um coração e não um fígado e estão interligados e interdependentes. Uma praia de família não é uma praia de surfistas, mas é uma praia. Um morro comandado por bandidos não é, e não tem a mesma lógica gregária um bairro onde a maioria é composta de gente que se esforça para estudar e melhorar na vida, lá a desesperança reina.

A praia do farofeiro não é somente geográfica, cultural e socialmente igual ou muito semelhante a praia da madame com seu cachorrinho, cada praia tem um jogo interativo especifico que a torna uma dimensão. Assim também é um morro, uma comunidade, um bairro, uma estação turística, uma etapa de produção de uma fabrica. Não são partes, são dimensões com suas lógicas que interagem com outras dimensões (escalas) maiores ou menores com suas lógicas.

Na balbúrdia do transito cada dimensão, (você), cria uma ordem ou desordem dimensional que afeta todo o transito. O bater de asas de uma borboleta na Austrália pode dar força que faltava para uma tempestade no Caribe.

Não existem partes a serem estudadas sem que tenham relações com o holos infinito nperiesimal, existem dimensões nperiais com suas especificidades interativas internas e as especificidades interativas gerais para que faça parte do holos, para adequarem-se se parecem com a maioria.

Apesar de tudo isto, com quem tira fotos, podemos descrever, como os metereologistas, o que vemos com alguma certeza e fazer apostas no amanha.

O novo cientista não se prende a muros que parecem dogmas e apriorismos. A busca da pedra filosofal, da verdade única e geral, calcada no Deus uno que congrega todas as verdades. O novo cientista é dimensional e cooperativo entre dimensões que compõe o holos. Por exemplo o cardiologista vai conversar mais com o gastro que por sua vez vai conversar com o endócrino, que por sua vez vai conversar mais com o psicólogo que por sua vez etc...

 

Nas ciências ditas da natureza, que não são, pois elas não são em si, são para si, são para a humanidade e partem de pressupostos humanos, tudo se resume a dimensões interativas que podem ser consideradas no holos (infinito presente passado e futuro) positivas ou negativas, mas para quais dimensões ambientais? A humanidade é apenas uma dimensão da teia da vida, uma das espécies, uma dimensão da vida na pequena rocha chamada Terra.

Cada pessoa e cada grupo social é especial, é uma dimensão especifica, mas para interagir socialmente necessita adaptar-se, tornar-se semelhante ao geral, adotar padrões estéticos, econômicos, morais predominantes numa sociedade. O filme o baile como dimensões históricas, o filme dia de treinamento como dimensões éticas de grupos sociais.

Assim, nós pesquisadores, não mexemos com partes que não tenham ligações ou conseqüência no todo, na vida na Terra, no clima global, nas varias dimensões interativas culturais que, ao seu modo interferem na vida do planeta. Tudo é interligado e, ao contrario da teoria sistêmica que depende da sinergia, (construtiva ou destrutiva) o caos permite que uma ou mais dimensões se voltem contra a ordem ou dimensão maior atualmente predominante, como um câncer que regenera ou mata o todo. Ou seja: ordens são instáveis e dimensionais tanto no cosmo como nas sociedades e nos ambientes que elas produzem ao transformar ecossistemas naturais.

No coral do universo os desafinados tem vez, são especificidades dimensionais.

Assim, pensando uma coletividade que direta ou indiretamente, com mais o menos força impacta algo que é uma dimensão do holos inatingível, é inteligível como especificidade dimensional (lógica dimensional) que interage com o que é predominante nas dimensões ou escalas maiores. Não há partes desconexas pois tudo ao mesmo tempo é especifico como dimensão e genérico que se molda a escalas maiores.

Para concluir, alguns exemplos simples: João é um indivíduo singular na humanidade mas vai interagir e se adequar (ou não) aos padrões culturais de seu bairro, cidade etnia, status social, mentalidades que que são dimensões e escalas sociais maiores que a do indivíduo e tem lógicas e exigências próprias. Um bairro, uma favela, um parque, uma praia, tem suas escipecificidades, suas distinções, suas individualidades mas esta ligado as lógicas da cidade, do estado, do ecossistema que ele compõe. A proposta é descrever padrões da dimensão especifica e padrões das dimensões genéricas imediatamente superiores a especifica como quem descreve as tramas de uma teia.
Marcello Polinari, Curitiba. 2009