SUSTENTABILIDADE E COMPLEXIDADE

Sustentabilidade

 

Algumas questões.

Um sistema “sustentável” não é apenas durável e  que deixa restos para as gerações futuras.

Sustentabilidade de um sistema de interações  depende que lê exista sem que dimensionalmente (caos) detone outros sistemas dentro de si ou ao seu redor. Para que isto aconteça, o sistema de interações não pode ser um vampiro infindo das relações ou aportes de energias e insumos internos nem externos. Imagine um sistema como uma caldeira, ele não pode consumir mais que suas fontes de energias podem se regenerar, há um limite. Toda demanda da humanidade tem que ser uma “ferida cicatrizável no universo”, mas há um limite para esta auto-cura. A idéia é de um equilíbrio energético. Um “moto-continuo”, mas limitado por demandas que não podem exceder a auto-regeneração da natureza numa região, no planeta ou no universo, ou seja, em várias dimensões, além de levar em conta as dimensões sócio/cultuais envolvidas. Ou seja, mais complexo que uma partida de xadrez, mas possível de adequar apetite ao que a fonte oferece.

Isto é possível porque o sol e a natureza em geral,  continuam a dar energias gratuitas até certo limite numa dimensão interativa, uma “área”.  A regeneração autônoma da natureza funciona como terceiro braço da humanidade. Assim, economicamente podemos calcular em valores econômicos o esforço de regeneração da natureza e vê-la como parceira cúmplice de nosso porvir ou avatar e não como coisa ou fonte passiva de recursos. Hoje temos que ter a idéia não de natureza objeto, e objeto descartável, o que é pior.

Sustentabilidade e desenvolvimento infindo.

Muitos economistas já questionaram a ideologia de desenvolvimento econômico infindo. O desenvolvimento infindo requer aportes energéticos infindos e a sustentabilidade prega “um jejum” ou contenção do apetite de aportes energéticos dos sistemas econômicos para se adequarem as ofertas e possibilidades de manter a qualidade de biomas regionais, da biosfera e a vida de populações com suas necessidades mínimas atendidas (liberdade/direitos universais, cultura, saúde, educação, moradia).

Ideologicamente, o conceito de equilíbrio ambiental atual nos foi divulgado pelos de físicos que abraçaram as metas do Zen Budismo. É que estes físicos vendo a realidade complexa e buscando um pensamento, uma tradição não linear a encontraram no pensamento zen-budista que há milênios lida com a complexidade e a simplicidade (singular), saber e humildade, coisa difícil para o tradicional raciocínio cientifico ocidental tradicionalmente linear o qual  está ligado a ideologia de desenvolvimento econômico infindo, (algo como o Para o Oeste, americano que quando acabou com os índios foram invadir outros país) Isto é uma demanda infinda!

Enquanto não separarmos equilíbrio ambiental de desenvolvimento contínuo e infindo, não haverá base material e filosófica, porque o Planeta Terra, mesmo com tecnologias não é elástica. Esta é a realidade, existem limites negociáveis, mas não transponiveis com os mesmos aportes energéticos para toda a humanidade. Buscar equilíbrio comendo desmesuradamente recursos finitos não é lógico. È como pedir 5 litros de água de um jarro que cabe dois ou 3. Fisicamente, uma contradição.

Então chegamos a um ponto. O universo,  a natureza, não é apenas uma coisa descartável infinitamente. O universo, a natureza, é parceira quando nos dá energias que se renovam e que funcionam como um terceiro braço na produção da vida material. Ok? Então, quando se fala de sustentabilidade fala-se de relações complexas e equilíbrios energéticos dimensionais internos e externos a cada dimensão interativa.

Os povos “não civilizados” já sabiam deste frágil equilíbrio entre regeneração e oferta da natureza e demanda das famílias e dos clãs. Inclusive faziam coisas que hoje acharíamos horríveis para a sobrevivência da maioria, como se livrarem de quem é apenas peso e demanda negativa para a próxima estação.. Não prego isto (não sou pregador), principalmente porque temos a capacidade de planejar além da próxima estação, podemos planejar para os próximos 30 anos ou mais. Penso que é necessário rever as relações mundiais entre demandas sócio/ambientais/econômicas dimensionais e a capacidade de o universo reduzindo demandas, adequando-se a capacidade de o planeta, e nós, como parte do universo, se regenerarem de cada “pegada”. Este ponto de equilíbrio é calculável é uma variação do gênio economista Chayanov que Stalim mandou pra Sibéria. Ele dizia que em todo sistema há variações e opções, ou seja, dimensões interativas  ou múltiplas ordens nperiais e elas podem ser geridas em suas especificidades e generalidades.

Marcello Polinari  24/09/2014